Nos últimos anos, o mercado de trabalho brasileiro tem testemunhado uma transformação significativa: a ascensão da uberização. Este fenômeno, caracterizado pela flexibilização das relações laborais e pela predominância de trabalhos mediados por plataformas digitais, tem redefinido conceitos tradicionais de emprego e carreira.
A uberização surge como resposta a um cenário de desemprego estrutural e à crescente demanda por serviços sob demanda. Plataformas como Uber, 99 e iFood exemplificam essa nova dinâmica, oferecendo oportunidades de renda imediata, porém, frequentemente, sem garantias trabalhistas básicas.
Dados recentes indicam que, em 2025, cerca de 38% da força de trabalho brasileira atua na informalidade, totalizando mais de 40 milhões de pessoas . Este número reflete não apenas a falta de empregos formais, mas também a busca por autonomia e flexibilidade por parte dos trabalhadores.
Entretanto, essa liberdade aparente esconde desafios significativos. A ausência de direitos como férias remuneradas, 13º salário e acesso à previdência social coloca esses trabalhadores em situação de vulnerabilidade. Além disso, a competição acirrada e a instabilidade de renda são realidades constantes nesse modelo.
A uberização do trabalho representa uma mudança paradigmática nas relações laborais. Enquanto oferece soluções imediatas para o desemprego, também levanta questões sobre a sustentabilidade e a equidade desse modelo. É imperativo que políticas públicas e regulamentações sejam adaptadas para proteger os direitos dos trabalhadores nesse novo contexto.