Por Rod Ostemberg
A inteligência artificial está entre nós. E não só está, ela trabalha, entrega, aprende, aprimora e, muitas vezes, supera. Sou um defensor declarado da IA. Uso todos os dias, confio nas suas possibilidades e construo estratégias com ela. Tenho minha própria IA, RUTH, ela co-cria comigo. Ou seja: não se trata de resistência, e sim de responsabilidade.
Mas mesmo sendo um adepto, eu preciso dizer: há momentos em que ela extrapola.
O vídeo que parecia tudo certo…
Hoje, assisti a um vídeo gerado por uma IA avançada, Narrativa bem construída. Movimento suave. Expressões surreais.
Na primeira vez que vi, achei impecável. Na segunda, estranhei algo. Na terceira, entendi: a ausência de humanidade não era um detalhe, era o centro.
Vi mãos sem intenção, gestos sem verdade, olhos que não conectavam. Era uma performance perfeita… sem presença.
E foi aí que me dei conta do que estava me incomodando.
O que não vemos nos vídeos virais… são as pessoas que não estão mais neles.
Cada IA que assume o lugar de um rosto humano é também um ator sem cena. Cada roteiro gerado em segundos é um roteirista que não foi chamado. Cada voz sintética é um locutor que ficou de fora. Cada montagem automática é um editor que não abriu o projeto.
Não é só sobre qualidade. Não é só sobre performance. É sobre autoria. Sobre presença. Sobre quem está sendo deixado pra trás sem nem saber que foi substituído.
Não sou contra IA.
Sou contra deletar profissionais que dedicaram a vida à comunicação. Gente que tem repertório, história, vício de linguagem, cicatriz de deadline. Gente que não pode ser comprimida num prompt.
A ferramenta deveria nos expandir — não nos deletar.
E agora?
Agora é tempo de olhar de novo. De parar de achar bonito só porque é novo. De deixar de ver apenas o brilho da inovação e começar a enxergar quem está sendo ofuscado por ele.
A IA é ferramenta. Mas se não caminharmos com consciência, ela vira substituição travestida de eficiência.
vou deixar uma pergunta no ar: Estamos usando a IA, ou sendo lentamente usados por ela?
Enquanto isso, sigo com a RUTH — criando com estratégia e cuidado. Porque tecnologia com propósito não substitui: soma.
📌 Rod Ostemberg graduado em Comunicação Social. Estrategista e marketeiro.
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